terça-feira, 25 de novembro de 2014

O QUADRADO ECONÔMICO

O que é o dinheiro? Segundo ouvi numa palestra do saudoso físico Bautista Vidal, nada mais é do que papel pintado de verde, numa alusão as notas de dólar.

O que o fazia ter tal convicção é a velha máxima, ignorada por muitos economistas, de que o valor real das coisas nada mais é do que o trabalho aplicado na produção das mesmas.
 
Então, tudo o que envolve a associação de dinheiro (meio monetário) com valor, pode e deve ser desassociado, sob pena de que sejam criadas falsas realidades. Hoje, os meios monetários em todo o mundo não têm lastro como os saquinhos de sal ou as moedas cunhadas em metais de relativa raridade e portanto compatíveis com o seu valor.
 
Os bilionários que a revista Forbes ranqueia de tempos em tempos, sabem muito bem disso. As suas fortunas não ficam guardadas em papel moeda em aplicações que rendem juros em papel moeda. Quando muito, o fazem comprando títulos soberanos de algum país tolo, para em seguida revendê-los para fundos que irão captar dinheiro da classe média. Se der certo há lucros para todos, se der errado somente o investidor da ponta perde.
 
Outro lado dos investimentos dos bilionários é a busca pela riqueza real. Imóveis, ouro, pedras preciosas, tecnologia, patentes adquiridas, etc. Em outras palavras, parece que eles já conheciam desde muito de que papel moeda é somente papel com tinta.
 
Enquanto isso, os economistas de plantão insistem na crença de que papel cria inflação, de que a ausência de superávit primário robusto é trágico para a economia, de que gasto público, mesmo em programas sociais e investimentos, devem ser cortados em nome de um formato de Estado mínimo e submisso ao quadrado com grades no qual o polvo capitalista ocidental puxou para dentro com seus poderosos tentáculos.
 
E, como sair do quadrado? quadrado no qual o próprio período de 12 anos do PT no governo não foi capaz de sair, preferindo a "complacência do capital amigável" para gerar empregos em troca de 8 anos de economia "semiortodoxa" do período Lula e 4 anos de economia "semiheterodoxa desenvolvimentista" do período Dilma, que fez reduzir substancialmente tal complacência, porém acuada parece estar voltando a "semiortodoxia" do período Lula.
 
Sair do quadrado merece um texto só para ele.  Fica combinado que será o próximo tema.
 

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