Amadeu Thiago de Mello, nasceu na cidade de Barreirinha, Amazonas, em 1926 e junta-se aos nossos poetas da geração pós-Segunda Guerra Mundial, cujas obras possuem algo de desilusão com a humanidade.
Seu primeiro livro é Silêncio e Palavra, 1951.
Fiz alguns recortes de algumas das suas poesias. Espero que gostem.
"....Do que valeu,
se hoje, manhã deste milênio novo,
avança, imensa e escura, bem na fronte, a marca suja da miséria humana
gravada em cinza pela indiferença
dos que pretendem ser donos da vida;
..."
(trecho do poema Na Manhã do Milênio)
"...Mas que o sal queimou-te a brasa
da angústia que te foi sempre
(quando entre os homens andava)
a mais fiel companheira:
a duelada, repelida,
rija adversária do sonho,
não obstante companheira.
Em vão te refugiavas
nos arrabaldes do engano.
Intacto, porém, o sonho
que contigo naufragou
perambula pelo mar,
...."
(trecho do poema Acalanto para o Naufrágio)
"...O vento do mundo,
em troca, a rejeita.
Mas, imperecível,
o pólen do sonho
reflorescerá
em campos eternos.
..."
(trecho do tomo III do poema A Torre)
"Somente sou quando em verso.
Minhas faces mais diversas
são labirintos antigos
que me confundem e perdem.
Meu pensamento perfura
muros de nada, à procura
do que não fui não serei.
..."
(trecho inicial do poema Rumo)
