sexta-feira, 28 de agosto de 2015

POESIA DE VINICIUS DE MORAES

Meus amigos, nada mais agradável do que entrar num fim de semana com uma poesia do Mestre Vinicius de Moraes. Não é mesmo?
 
Difícil foi escolher uma só. Espero que agrade.
 
Excelente fim de semana. Lirismo para amenizar as dores da vida mundana e inquieta!!!
 
 
REPTO  (Vinicius de Moraes)
 
Vossos olhos raros
Jovens guerrilheiros
Aos meus, cavalheiros
Fazem mil reparos...
Se entendeis amor
Com vero brigar
Combates de olhar
Não quero propor.
 
Sei de um bom lugar
Onde contender
E haveremos de ver
Quem há de ganhar.
Não sirvo justar
Em pugna tão vã...
Que tal amanhã
Lutarmos de amar?
 
Em campos de paina
Pretendo reptar-vos
E em seguida dar-vos
Muita, muita faina
Guerra sem quartel
E tréguas só se
Pedires mercê
Com os olhos no céu.
 
Exaustão de gozo
Que tal seja a regra
E longa a refrega
Que aguardo ansioso
E caiba dizer-vos
Que inda vencedor
Sou, de vossos servos
O mais servidor...

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

E LA NAVE VA

"E la nave va", em vez de um funeral surreal, poderia ser refeito por Federico Fellini, caso fosse vivo, para retratar o surrealismo político atual do "navio" Brasil.
 
O imbróglio é tão dramático quanto hilário.  Chega a ser perturbador ver como a manipulação de todas as partes, criou vários cenários surreais, todos com algo em comum, que é a formação social de dois subsegmentos de massa de manobra:
 
a) aqueles que pensam que o PT está aí para cooptar o Estado, utilizando-se de qualquer meio, para acirrar a luta de classes e finalmente revelar seu mirabolante plano de fundar um Estado socialista no Brasil;
 
b) aqueles que pensam que o PT é a última e única fronteira da esquerda brasileira, acham que distribuir renda através de bolsas e intervir no social com algumas políticas positivas de inclusão, significa ser de esquerda. E que existe um conjunto de ações golpistas em andamento para a derrubada de Dilma etc.
 
Tecendo, aos poucos, a minha opinião, penso que é preciso comparar o que representou na prática os governos liderados pelo PSDB e em seguida pelo PT. De forma resumida.
 
 
Política
 
PSDB - formou coalisão para governar "em paz". Seu par principal foi o PFL (hoje, DEM). Dessa forma, optou pelo caminho do conforto, mantendo-se dentro da obscura matriz corrupta e entreguista, que caracterizam a política brasileira desde muito. Quem quiser, pode voltar a época do Império e verificar as mazelas da política em território brasileiro.
 
Lembram-se do escândalo da compra de votos para aprovação da reeleição para cargos do executivo?......Atualmente o FHC se diz contrário a reeleição.
 
PT - "A esperança venceu o medo". A frase, tantas vezes dita pelo Lula como figurativa de que o povo brasileiro, finalmente, teria aberto mão do seu conservadorismo e optado por "mudanças". Seria o governo do povo, pelo povo e para o povo! E o PT, governa no plano político, aliando-se com segmentos altamente conservadores, também para governar "em paz". Seu maior parceiro, o PMDB, dispensa comentários sobre seu caráter fisiológico. Assim, no parlamento, o PT foi mais do mesmo. Jamais optou por ruptura ou pelo confronto.
 
Do que o conservadorismo tinha medo? Do que as pessoas que foram as ruas, no dia 16 de agosto, têm medo?
 
Não há "venezuelanização" do Brasil!!! 
 
A estrutura política é fisiológica, conservadora, entreguista e não é representativa, mesmo que alguns intelectuais atestem que o Brasil é uma democracia representativa. Troquem a presidenta ou alijem o PT do comando do governo central e o modus operandi da política continuará o mesmo.
 
O que o PT e a CUT querem defender, quando levam pessoas às ruas, como fizeram ontem? Ato contra o golpismo, como vendem a ideia, ou ato para desfocar o país dos seus reais problemas, como o ajuste fiscal e o arrocho monetário, típicos do receituário neoliberal?
 
Golpe, impeachment?......Não há motivação classista nem ideológica reais para tais acontecimentos. O PT não é um perigo para as estruturas de poder nem para as instituições do sistema capitalista tupiniquim.
 
O que de fato parece haver na política é uma acirrada disputa por espaço. Com sua lucidez, o saudoso Brizola, certa vez disse: "..o PT é espuma, não tem profundidade histórica...a diferença entre o PT e o PSDB é que o primeiro vem de baixo e o segundo vem de cima...".
 
Social
 
PSDB - elite do academicismo neoliberal brasileiro. A contundência ideológica no campo econômico, causa-lhe frieza no campo social. Eis a sua real face e o que de fato o enfraqueceu, cedendo lugar ao PT. Os seus programas econômicos não deixaram espaço para a realização de programas sociais de profundidade. Além disso, parte significativa da classe média sofreu com o arrocho salarial imposto pelo modelo neoliberal radical.
 
PT - eis o seu ponto forte. Nadou de braçada no espaço que o PSDB deixou. E, que se reconheça, aperfeiçoou e criou planos de inserção, que vão além do Bolsa Família. O social faz parte da natureza histórica do PT, que teve forte influência de teóricos da "Teologia da libertação".
 
Ou seja, enquanto o PSDB se assume como partido de conservação sistêmica, o PT tenta passar a ideia de que é um agente de mudança, quando na verdade é apenas mais sensível às questões sociais, posto que acredita na possibilidade de um "capitalismo humanista" , coisa que nem o Papa acredita.
 
Capitalismo e humanismo são contraditórios em termos. Ou a ênfase é na acumulação de capital, ou a ênfase é no ser humano. A prioridade é que ditará o modelo econômico. Isso é ideológico.
 
Economia
 
PSDB - neoliberal radical assumido.
 
PT - neoliberal moderado não assumido.
 
Alguns hão de me criticar, com razão. Ou se é neoliberal ou não. Não existe esse negócio de moderado ou radical.
 
É verdade. O PT é neoliberal moderado, embora isso não exista. Por que seria "uma morte", o PT reconhecer que praticou o modelo econômico neoliberal, tentando vender-se como desenvolvimentista e praticante da inclusão econômica com a valorização do salário mínimo e o incentivo ao crédito pessoal.
 
Daí a crise atual. Ela é sistêmica, pois como disse antes, ou se enfatiza o modelo acumulador e no caso do Brasil, dependente, ou se prioriza um modelo humanista com ênfase no ser e não no ter. A crise econômica está de mãos dadas com a crise de identidade do PT, que hoje olha-se no espelho e, por causa da sua miopia histórica, não consegue se autoanalisar com exatidão.
 
Finalmente....
 
E se as eleições fossem hoje?
Com os mesmos candidatos, novamente votaria na candidata Dilma.
 
Embora eu não me sinta representado por nenhum partido desde 2005, quando o PDT caiu nas mãos do grupo do Lupi, após a morte do Brizola e se tornou um partido apenas ávido por espaço e fisiológico; a sensibilidade social de alguns setores do PT e a sua timidez em assumir-se praticante do neoliberalismo, trazem a tona as feridas da sociedade brasileira e a dificuldade de se resolvê-las apenas com políticas de inserção, sem que haja ruptura com o modelo econômico.
 
A frieza desumana dos lideres e intelectuais do PSDB, fazem a diferença em favor da quentura humanitária, ainda que de forma equivocada, por parte dos lideres e intelectuais do PT.
 
Infelizmente existe a polarização acima. O povo brasileiro não está organizado para assumir as rédeas do seu destino através de uma alternativa verdadeiramente de esquerda e comprometida em acabar com o modelo de dependência econômica, com o subdesenvolvimento e com o complexo de vira-latas, fazendo surgir um nacionalismo progressista.
 
Tampouco a extrema direita consegue espaço em meio a uma sociedade que prefere o meio termo, sob a sua ótica imaginária e acredita que o problema do Brasil é apenas de gestão.
 
Enquanto isso, la nave va....todos os partidos estão no mesmo barco.

domingo, 16 de agosto de 2015

O QUE DIZER DE AGOSTO?

Há muito o que dizer sobre agosto. Um mês realmente peculiar para a história da humanidade e para acontecimentos do presente. Nada obstante, mais do que falar ou escrever sobre tais, importante mesmo são as reflexões que podemos, ou melhor, devemos fazer.
 
Talvez estejamos vivendo tão cercados de futilidades, que tudo se torna fútil e banal. Faz poucos dias houve uma chacina em São Paulo e o assunto não sobreviveu na grande mídia. É a banalização da vida. A vida nascida na pobreza não tem o mesmo valor que a de um médico assassinado no Rio de Janeiro.
 
O assassinato do doutor foi assunto para mais de semanas. Concordo. Porém, pessoas pobres chacinadas produzem assunto para....sei lá, dois dias? Dizer ou refletir? Passou da hora do discurso. Conclua você mesmo.
 
E por falar em chacina, há 70 anos o Império tocou o terror no mundo. Duas cidades foram escolhidas para receberem a primazia de serem atacadas com bombas atômicas. O mesmo Império, hoje, continua matanças mundo a fora em nome do "combate ao terror". Não preciso entrar em detalhes, mas vamos refletir sobre isso.
 
Igualmente em agosto, o mesmo Império, EUA, hasteia a sua bandeira em Havana, numa tentativa, mais uma, de minar o sistema cubano por vias "civilizadas". Quanto prejuízo causaram aos cubanos com os 54 anos de embargo e bloqueio? É simples assim, mudam de tática, pousam de "Império da Justiça e da Liberdade", mas apesar dos prejuízos causados aos seus vizinhos, que ninguém se atreva a falar em compensações para Cuba.
 
E por falar em Cuba, caso de sucesso da experiência socialista, seu maior líder e um dos maiores líderes populares e anti-imperialistas de todos os tempos, Fidel Castro, nasceu em agosto. O mês tem coisas boas, também.
No Brasil, o Presidente Getúlio Vargas se suicidou e deixou um dos documentos mais belos e inspiradores da história do Brasil: a Carta Testamento. Com tal ato, Getúlio impediu a consumação de um golpe direitista, conservador e antinacional. O seu sucessor eleito, JK, faleceu em agosto e até hoje pairam dúvidas ou boatos sobre as circunstâncias da sua morte.
 
Quantas mazelas na nossa história. O golpe que Getúlio impediu, viria a ocorrer 10 anos depois, mas antes de ser vitorioso, o golpismo direitista amargou uma derrota magnífica em 1961, quando o então Governador do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola, liderou a resistência em episódio tenso que ficou conhecido como "Campanha da Legalidade". O desencadeamento da crise foi a renúncia do Presidente sucessor de JK, Jânio Quadros. Ah, já ia esquecendo, a renúncia do "varredor" foi.....em agosto.
 
Hoje, dia 16 de agosto de 2015, um bocado de brasileiros, principalmente de classe média, está nas ruas se manifestando. Cada manifestante tem a sua própria pauta e ninguém sabe exatamente qual a motivação concreta que os unifica. O que se sabe é que os herdeiros da direita e do conservadorismo antinacional, aproveitam a "onda" para surfar no mar da conspiração, da "trairagem" e do chamado "golpismo".
 
É bom lembrar que apesar da legitimidade de qualquer manifestação, o maior problema do Brasil, hoje, chama-se Congresso Nacional. Os caras que estão lá foram eleitos por boa parte dos manifestantes de hoje e pelos paneleiros das varandas bacanas.
 
Quem poderia, ou deveria, estar nas ruas é o povão de origem humilde, que rala para ganhar miséria, que está sem emprego, que vê o PT ser contra a adequação dos juros sobre os depósitos em contas do FGTS. Decisão do partido anunciada em.....agosto.
 
A manipulação e o poder das religiões. Não poderia ficar de fora das história do mês de agosto. A matança entre pessoas em nome de suas crenças irracionais não é um fenômeno contemporâneo e muito menos casual. Cito, como exemplo, o massacre de São Bartolomeu, ocorreu em agosto de 1572. Incitados por reis católicos e pela Igreja, houve um massacre de cristãos contra protestantes. Paris foi o centro do massacre. Algo próximo de 30 mil protestantes foram brutalmente assassinados. As vezes eu me confundo, pois chamei de massacre, mas pela perspectiva atual seria um ato terrorista? Mais uma coisa para reflexão.
 
Enfim, acho que como dizem, o nazista e criminoso de guerra Adolf Hitler era supersticioso, pois esperou alguns dias para invadir a Polônia, fato que teve início......no dia 1 de setembro de 1939. Será que ele quis evitar o mês de agosto?

terça-feira, 4 de agosto de 2015

CONCURSO NACIONAL DE VERSO E ARTE: INFANTIL E JUVENIL

O MICA, Movimento InfantoJuvenil Crescendo com Arte, com apoio da Rede de Economia Criativa, promovem o Concurso Nacional de Verso e Arte para crianças e jovens.
 
A temática é voltada para os aromas, cores e sabores das flores e frutos do Brasil.
 
Colégio e professores de todo o Brasil podem ajudar na divulgação e até mesmo organizarem e incentivarem a participação de alunos. A faixa etária é de 6 a 16 anos.
 
Um pouco sobre o MICA:
 
O Movimento Infanto-Juvenil Crescendo com Arte foi criado em 1992 com o objetivo de incentivar crianças e jovens a se expressarem através da Arte.

Não há sede, não há patrocinadores e nem existe ligação a nenhuma filosofia política ou religiosa. As atividades são realizadas em espaços cedidos e desenvolvidas por um grupo de professores voluntários, que tentam contribuir com a sua parte na sociedade:

“Criar oportunidades, através da arte-educação, para que crianças e jovens tornem-se adultos mais criativos, mais produtivos e, principalmente, mais felizes."

O trabalho voluntário do MICA acontece em oficinas programadas em escolas e instituições, parcerias em bolsas oferecidas por escolas de arte, divulgação de atividades gratuitas em espaços culturais e concursos de arte em níveis nacionais e internacionais.

A expressão da Arte precisa ser transformada em efetiva comunicação, e cabe também ao MICA, oferecer oportunidades aos seus participantes de mostrarem o resultado de seus trabalhos à comunidade. E comunidade, para quem faz Arte, é toda “Mãe Terra”.
Mais informações sobre o MICA, regulamento do concurso e outras, acesse Movimento Infantojuvenil Crescendo com Arte