domingo, 16 de agosto de 2015

O QUE DIZER DE AGOSTO?

Há muito o que dizer sobre agosto. Um mês realmente peculiar para a história da humanidade e para acontecimentos do presente. Nada obstante, mais do que falar ou escrever sobre tais, importante mesmo são as reflexões que podemos, ou melhor, devemos fazer.
 
Talvez estejamos vivendo tão cercados de futilidades, que tudo se torna fútil e banal. Faz poucos dias houve uma chacina em São Paulo e o assunto não sobreviveu na grande mídia. É a banalização da vida. A vida nascida na pobreza não tem o mesmo valor que a de um médico assassinado no Rio de Janeiro.
 
O assassinato do doutor foi assunto para mais de semanas. Concordo. Porém, pessoas pobres chacinadas produzem assunto para....sei lá, dois dias? Dizer ou refletir? Passou da hora do discurso. Conclua você mesmo.
 
E por falar em chacina, há 70 anos o Império tocou o terror no mundo. Duas cidades foram escolhidas para receberem a primazia de serem atacadas com bombas atômicas. O mesmo Império, hoje, continua matanças mundo a fora em nome do "combate ao terror". Não preciso entrar em detalhes, mas vamos refletir sobre isso.
 
Igualmente em agosto, o mesmo Império, EUA, hasteia a sua bandeira em Havana, numa tentativa, mais uma, de minar o sistema cubano por vias "civilizadas". Quanto prejuízo causaram aos cubanos com os 54 anos de embargo e bloqueio? É simples assim, mudam de tática, pousam de "Império da Justiça e da Liberdade", mas apesar dos prejuízos causados aos seus vizinhos, que ninguém se atreva a falar em compensações para Cuba.
 
E por falar em Cuba, caso de sucesso da experiência socialista, seu maior líder e um dos maiores líderes populares e anti-imperialistas de todos os tempos, Fidel Castro, nasceu em agosto. O mês tem coisas boas, também.
No Brasil, o Presidente Getúlio Vargas se suicidou e deixou um dos documentos mais belos e inspiradores da história do Brasil: a Carta Testamento. Com tal ato, Getúlio impediu a consumação de um golpe direitista, conservador e antinacional. O seu sucessor eleito, JK, faleceu em agosto e até hoje pairam dúvidas ou boatos sobre as circunstâncias da sua morte.
 
Quantas mazelas na nossa história. O golpe que Getúlio impediu, viria a ocorrer 10 anos depois, mas antes de ser vitorioso, o golpismo direitista amargou uma derrota magnífica em 1961, quando o então Governador do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola, liderou a resistência em episódio tenso que ficou conhecido como "Campanha da Legalidade". O desencadeamento da crise foi a renúncia do Presidente sucessor de JK, Jânio Quadros. Ah, já ia esquecendo, a renúncia do "varredor" foi.....em agosto.
 
Hoje, dia 16 de agosto de 2015, um bocado de brasileiros, principalmente de classe média, está nas ruas se manifestando. Cada manifestante tem a sua própria pauta e ninguém sabe exatamente qual a motivação concreta que os unifica. O que se sabe é que os herdeiros da direita e do conservadorismo antinacional, aproveitam a "onda" para surfar no mar da conspiração, da "trairagem" e do chamado "golpismo".
 
É bom lembrar que apesar da legitimidade de qualquer manifestação, o maior problema do Brasil, hoje, chama-se Congresso Nacional. Os caras que estão lá foram eleitos por boa parte dos manifestantes de hoje e pelos paneleiros das varandas bacanas.
 
Quem poderia, ou deveria, estar nas ruas é o povão de origem humilde, que rala para ganhar miséria, que está sem emprego, que vê o PT ser contra a adequação dos juros sobre os depósitos em contas do FGTS. Decisão do partido anunciada em.....agosto.
 
A manipulação e o poder das religiões. Não poderia ficar de fora das história do mês de agosto. A matança entre pessoas em nome de suas crenças irracionais não é um fenômeno contemporâneo e muito menos casual. Cito, como exemplo, o massacre de São Bartolomeu, ocorreu em agosto de 1572. Incitados por reis católicos e pela Igreja, houve um massacre de cristãos contra protestantes. Paris foi o centro do massacre. Algo próximo de 30 mil protestantes foram brutalmente assassinados. As vezes eu me confundo, pois chamei de massacre, mas pela perspectiva atual seria um ato terrorista? Mais uma coisa para reflexão.
 
Enfim, acho que como dizem, o nazista e criminoso de guerra Adolf Hitler era supersticioso, pois esperou alguns dias para invadir a Polônia, fato que teve início......no dia 1 de setembro de 1939. Será que ele quis evitar o mês de agosto?

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