terça-feira, 18 de novembro de 2014

G20 E A ECONOMIA GLOBAL

Terminado o encontro do G20 em Brisbane, Austrália, fiquei com uma sensação estranha. Entre um constrangimento aqui e outro ali, normalmente envolvendo o presidente Russo Vladimir Putin e entre algumas reuniões bilaterais, como a dos BRICS, parece-me que algo meio sinistro rondou o evento e se infiltrou na corrente sanguínea do documento final.
 
A presença da diretora geral do FMI, Lagarde, foi por si só algo meio fora de propósito. O FMI não é um Estado e os países "emergentes" estão em pé de guerra com a entidade e os países ricos, para mudarem o critério de divisão das cotas.

Eis que, em pleno fórum de Estados, o FMI ganhou um belo lugar ao sol com direito a cadeira e sombreiro. Tendo como objetivo principal a questão do crescimento econômico global, -pois é... economistas de plantão, a questão é mundial sim- o fórum criou uma série de pactos entre países, buscando um crescimento mundial médio de 5% a.a. de 2015 a 2018.
 
Ah, e o que o FMI tem com isso? Ficou a cargo do FMI e da OCDE avaliarem anualmente como cada país está se saindo no cumprimento dos acordos feitos em Brisbane. Certamente, que os países que não estiverem rezando pela cartilha econômica pasteurizada do Estado mínimo e da economia de mercado (regulamentada pelo mercado) e investindo em infraestrutura para "dar confiança e reduzir custos dos produtores", tenderão a sofrer uma certa pressão internacional.

Sabemos que o Brasil dos últimos 12 anos, não rezou pela cartilha do FMI nem pela dos países ricos. Assim como o Brasil tem divergências com o FMI, também as tem em relação a OCDE.
 
A presidenta Dilma terá que ser cautelosa, mais atuante na política internacional. Não tenho dúvidas de que a diplomacia brasileira acerta ao estabelecer e abrir embaixadas em diversos países da África e que, impulsionar o comercio, o intercâmbio de experiências e a integração da região em que vivemos - América do Sul -, além de manter uma relação mais sólida com os BRICS, nos levará a uma situação de vanguarda nos interesses do hemisfério sul.
 
 
Os intercâmbios e a orientação diplomática serão fundamentais no segundo mandato da presidenta Dilma. E que tenhamos coragem e maturidade para manter e avançar com as nossas exigências em relação ao FMI e a OCDE.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário pode entrar numa fila de análise para que evitemos comentários grosseiros, mal educados ou mesmo de máquinas em vez de pessoas. Conto com sua compreensão.