sábado, 3 de janeiro de 2015

BRASIL: PÁTRIA EDUCADORA

A questão que pretendo abordar não é se o lema do segundo mandato da presidenta Dilma é feio, bonito, adequado, desadequado, soberbo ou populista. O que quero abordar é a questão da educação em si em nosso país.
 
Geralmente, quando pensamos em educação, pensamos em escolas, professores e o sistema de ensino e o acesso ao mesmo. Não quero me prender nessa seara. Ela é comum e o país todo vem discutindo o assunto.
 
Atualmente, quando penso em educação, tenho calafrios dos pés à cabeça. Nós temos que educar ou reeducar 200 milhões de brasileiros! O assunto não pode ser limitado a educação infantil, juvenil ou alfabetização de adultos. A coisa é muito maior, muito mais profunda e por isso muito mais complexa.
 
Precisamos, todos nós,  aprendermos e/ou renovarmos os nossos princípios e aprendizados sobre como sermos cidadãos. Vejamos alguns poucos exemplos que mostram que precisamos (re)educar o país inteiro, independentemente de classe social ou credo ou raça ou qualquer outra coisa. 
 
Exemplos:
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a) A corrupção em altos postos públicos e a corrupção praticadas por grandes empresários são executadas por pessoas, em geral, com grau de instrução de nível superior ou acima;
 
b) Os jovens que morrem e matam no trânsito às sextas e sábados a noite por excesso de velocidade e/ou alto índice de álcool no sangue, são, em sua maioria, jovens de classe média e estudam em escolas conceituadas e universidades públicas ou privadas de alta grife;
 
c) Os brasileiros que vaiaram o hino do Chile, durante a Copa do Mundo, no jogo Brasil x Chile, são brasileiros, em sua grande maioria, de classe média, pois os preços dos ingressos nos permite fazer tal inferência. Então, são pessoas que passaram por escolas e possuem, no mínimo o ensino médio completo;
 
d) Os brasileiros, que no trânsito, avançam sinais, fecham cruzamentos, fazem ultrapassagens em locais proibidos nas estradas; pelos carros que observamos, são pessoas da classe média para cima, em sua maioria. Podemos dizer que a maioria cursou ou está cursando curso superior;
 
e) A política do "toma lá, da cá" que as bancadas do Congresso e das Assembleias Legislativas costumam tratar com o poder executivo, deixa relegado a um plano de desimportância a questão fundamental que é programática e ideológica e cria uma "ética" explicita de que apoio pode ser obtido em troca de ocupação de cargos. Pelo menos no Congresso Nacional podemos dizer que a maioria possui curso superior.
 
Cinco exemplos, são suficientes para mostrar que a nossa falta de educação é endêmica e não se resolverá apenas com o sistema educacional para as crianças, a valorização do magistério etc.
 
O Brasil tem sido até hoje a Pátria da deseducação e do desestímulo à educação. Maior prova recente é o alto nível de agressividade na linguagem raivosa, que notamos nas redes sociais durante as eleições presidenciais de 2014. Muitos "amigos" desfizeram suas amizades naquele período.
 
Ora, se o Brasil tem sido uma Pátria deseducadora desde sempre, então o comportamental brasileiro, em geral, já é cultural! E, isso é muito grave.
 
Não se resolve isso só com soluções educativas, mas com uma verdadeira Revolução Cultural.
 
É evidente que a intenção do governo que começa, de através do seu slogan demonstrar qual será a sua prioridade, reforça a nossa esperança de que tenhamos anos realmente de profundos avanços no sistema educativo, pois se bem sucedido poderá ser o prefácio de uma futura transformação cultural.

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