quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

INDIVIDUALISMO COLETIVO

Voltemos a falar sobre valor. Sobre qual abordagem? Tanto faz. Vamos continuar misturando economia, comportamento, princípios, moral, ética. Vamos ligar o liquidificador!
 
No texto anterior, terminamos falando sobre o comportamento consumista da sociedade capitalista. Algo vago, que sob o ponto de vista individual pode ser tratado por psicólogos, sob o ponto de vista social, por sociólogos, sob o ponto de vista econômico, por economistas e por aí vai.
 
Enquanto escrevia os parágrafos acima, estava refletindo sobre se deveria abrir ou fechar o ângulo do tema, para criar algo que se some a outras opiniões ou mesmo desperte reflexões. Decidi pegar um aspecto do tema, que não é o problema, pois a causa é sistêmica e responde pelo nome de capitalismo. Vamos tratar um pouco sobre o individualismo.
 
O comportamento individualista, cada vez mais presente e observado por todos, por todos mesmo, incluindo os próprios individualistas, de diversas escalas dessa "doença social", incluindo o autor deste texto e você que o lê, pois as exceções são cada vez mais exceções; ganha terreno na velocidade de um tsunami. Não há muitas "Madres Teresas de Calcutá" por aí. E, por favor, não se ofenda, pois a coisa já é tão cultural, que mesmo sem querer, vez por outra somos individualistas e egoístas sem termos plena consciência disso. Já é algo involuntário. Em que medida? Não sei.
 
Sem querer tornar a relação entre individualismo e gentileza como algo exato e inversamente proporcional, de maneira empírica posso perceber uma relação no mínimo inversa, sem necessariamente ser proporcional, embora andando por aí, observo cada vez menos "gestos de gentileza" e cada vez mais o "cada um por si".
 
Curiosamente há organizações que reúnem pessoas e conseguem aglutiná-las em torno de algo comum. Quero destacar sindicatos e associações de todos os tipos, que em muitos casos conseguem obter gestos voluntários, por vezes solidários e contraditoriamente são grupos onde se observa o fenômeno do corporativismo.
 
Pensemos em algo "individualista", sem visão de conjunto social, tratado de maneira coletiva. Isso é corporativismo, uma corrosão perigosa na relação entre organismos sociais, pois geralmente não agregam valor para a sociedade, mas apenas para interesses setorizados.
 
O que fazer? Educação. Não a que está aí, pois continua produzindo individualistas. Desde cedo as crianças de classe média ouvem em suas casas que precisam ser os "melhores em tudo para terem um bom futuro".
 
E, mesmo nos ambientes das classes de menor renda, com o incentivo crescente a formação técnica e mais oportunidades para ingresso no ensino superior, tais segmentos sociais onde a postura gentil sobrevive, tenderá a diminuir com a infecção educativa voltada para a competitividade predatória.


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