terça-feira, 14 de outubro de 2014

Pablo Neruda, Salvador Allende e o golpe de 1973

 “o poeta que sabe chamar o pão de pão e o vinho de vinho é perigoso para o agonizante capitalismo” (Confesso que Vivi).

“Eu não me calo”  -  ( Pablo Neruda )
Perdoe o cidadão esperançado

Minha lembrança de ações miseráveis,

Que levantam os homens do passado.

Eu preconizo um amor inexorável.

E não me importa pessoa nem cão:

Só o povo me é considerável,

Só a pátria é minha condição.

Povo e pátria manejam meu cuidado,

Pátria e povo destinam meus deveres

E se logram matar o revoltado

Pelo povo, é minha Pátria quem morre.

É esse meu temor e minha agonia.

Por isso no combate ninguém espere

Que se quede sem voz minha poesia.

Eis a fachada principal do palácio Moneda, sede do governo federal chileno. Hoje, comandado pela presidenta Michelle Bachelet.
 
No dia 11 de setembro de 1973, este mesmo palácio ardia em chamas, bombardeado pela aeronáutica, enquanto as ruas eram tomadas pelos canhões e Valparaíso tomada pela Marinha. Militares, congresso nacional e os Estados Unidos, estes últimos prontos para invadirem o Chile em caso de resistência, derrubaram o governo eleito por um regime democrático, constitucional e com forte aceitação nas camadas menos favorecidas.
 
Allende juntou-se aos escombros do La Moneda e o Chile viveu anos sem fim de terrorismo de Estado, torturas, perseguições políticas, prisões políticas, desaparecimentos de militantes contrários ao golpe. Nada muito diferente do que houve em quase toda América do Sul sob patrocínio dos Estados Unidos.


 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário pode entrar numa fila de análise para que evitemos comentários grosseiros, mal educados ou mesmo de máquinas em vez de pessoas. Conto com sua compreensão.