quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A CRISE EXISTENCIAL DO BRASIL

"Nos deram espelhos e vimos um mundo doente" ( Renato Russo )

Faltando três dias para o Brasil conhecer quem o governará até 2018, o que se viu e o que se vê é um país que se dividiu. Não entre ricos e pobres como já li por aí, mas entre pessoas que desejam reduzir as distâncias sociais entre o pico e a base da pirâmide e aquelas que defendem uma ideia míope, pois creem na possibilidade dessa distância  social ser reduzida sem precisarem ceder alguma coisa.
 
Espetacularmente a própria classe média, refiro-me a tradicional e não a nova chamada de classe "C", não está unida. Divide-se entre aquela "bondosa e humanitária" e a "narcísica"; fora uma parte descolada que até se intitula "revolucionária".
 
A rigor, seja qual for o resultado, instaurou-se um clima de intolerância, pois é sempre menos dolorido culpar o outro.
 
A essência do país continuará a mesma, pois somos seguidores de moda. A política continuará sendo a representativa parlamentar. Nenhum presidente eleito nesse sistema pode ignorar o Congresso, que terá uma cará muito mais à direita. E, na economia, o capitalismo do livre, ou quase livre mercado.

E, enquanto a intolerância acirra as relações entre classes e "intraclasse média", o poder de fato estará sendo exercido por outras forças, ainda que vença a candidata da esquerda, não se deve esperar mais do que um capitalismo "benevolente" e um grande esforço para continuar rompendo barreiras. Resta saber se esse esforço será para unir o país ou se será para assumir com mais vigor os avanços progressistas que o país precisa e buscar apoio na sociedade em vez de formar coalisões complicadas com segmentos do Congresso.
 
Fora isso, um trecho do poema Narciso Cego de Thiago de Mello, para quem sabe auxiliar as pessoas nesse momento de intolerância irracional.
 
"Tudo o que de mim se perde
acrescenta-se ao que sou.
Contudo, me desconheço.
Pelas minhas cercanias
passeio - não me frequento."
 

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