sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ORVALHO DOS COPOS

Hoje é sexta-feira, dia dos amantes. Dia em que amores começam, amores se consolidam, amores se reafirmam, amores declarados impossíveis e amores desfeitos. Então, hoje, nada de política, história ou economia. Que tal uma poesia sobre amantes?
 
Orvalho dos Copos - Joaquim Barros ( livro Sensações Despertadas, pág.68 )
 
Minhas costas ardem,
Faz seis horas que estamos
Na mesma mesa de bar.
Nem os copos foram trocados,
Só enchidos de tempos em tempos,
Contrastando com o vazio do diálogo:
Pueril

Mesmo assim,
Nenhum de nós sugeriu a saideira,
Sabíamos que seria a última vez,
A vontade de ficar era consenso,
Nossos olhos tinham brilho suficiente,
Mas, a minha covardia e o medo dela
Provocavam, desde cedo,
A certeza de que,
Nem os batimentos mais fortes do coração,
Nem o constante arrepiar de sentidos,
Nem os tremores de nossas pernas,
Seriam suficientes para enxugar a mesa
Do orvalho dos copos,
Misturados com algumas lágrimas de despedida.
 

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