Não me canso de publicar poesias de Thiago de Mello. Tento, através dessa gotícula, que é o meu blog, espalhar ao máximo o seu trabalho. Poeta de verve firme sobre o olhar dos caminhos humanos e sensível no tocante as fraquezas e sentimentos, também dos humanos.
Eis um comentário de Pablo Neruda, outro gigante da lírica e da sensibilidade humana, sobre o amazonense Thiago de Mello:
"Thiago de Mello es um transformador del alma. De cerca o de lejos, de frente o de perfil, por contacto o transparência, Thiago há cambiado nuestras vidas, nos há dado la seguridade de la alegria. El tempo y Thiago de Mello trabajan em sentido contrario. El tempo erosiona y continua. Thiago de Mello nos aumenta, nos agrega, nos hace florear y luego se va, tiene otros quehaceres. El tempo se adhiere a nuestra piel para gastarmos. Thiago passa por nuestras almas para invitarnos a vivir." (comentário transcrito da orelha de capa do livro "Thiago de Mello", organizado por Marcos Frederico Kruger - coleção melhores poemas -, Global Editora, São Paulo, 2009.)
Vamos apreciar duas poesias do "transformador de almas".
A RAIZ (poesia dedicada a Moacyr Felix)
Num campo de silencia
onde pastam manhãs
estou pelo que sou.
Canção azul de cobre
me chega pelo vento:
em sua dor me deito.
Um espesso lençol
com ternura de pinhos
enrola o coração.
O sangue levanta
no espaço bandeiras
de fogo e limão.
Até a pedra entrega
seus ásperos segredos
ao cristalino dia.
A raiz arranca
com sua garra de amor
a rosa do meu peito.
E reparto o diamante
que a infância me deu
BOTÃO DE ROSA
Nos recôncavos da vida
jaz a morte.
Germinando
no silêncio.
Floresce
como um girassol no escuro.
De repente vai se abrir.
No meio da vida, a morte
jaz profundamente viva.
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