sábado, 14 de fevereiro de 2015

CARNAVAL: QUAL A SUA MÁSCARA?

Em várias cidades do país o carnaval já começou. Seja com forró, com frevo, com axé, com samba de enredo ou com marchinha. Viva o carnaval!
 
O carnaval conjuga todos os verbos culturais regionalizados do Brasil, país continente, gigante culturalmente.
 
O carnaval é uma festa para todos. Mesmo para o saudosista que não se liga muito, pois "não se faz mais carnaval como antigamente". É verdade, é como a comida que comemos, que também não é mais como antigamente, é como os telefones de hoje, que não são mais como antigamente. Melhores? Piores? Diferentes. A bola terra gira e o mundo não para.
 
Vocês vão me perdoar, mas este parágrafo será pessoal. Ontem, os desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro tiveram início com o primeiro dia das Escolas da Série A. São 15 agremiações e uma delas sobe para o chamado Grupo Especial, aquele que todos conhecem, pois lá estão a Mangueira, a Beija Flor, o Salgueiro, a Mocidade, a Tijuca e por aí vai. Fiz este parágrafo para dizer que a minha Escola de coração desfilou ontem e fez bonito. Minha querida Império Serrano! Das 15 que brigam por uma vaga, ontem desfilaram 7. Até agora a comunidade da Serrinha de Madureira está bem cotada.
 
Escrito o meu parágrafo passional, quero falar um pouco sobre outro tipo de carnaval. O carnaval do golpismo na política.
A Presidenta foi eleita, diplomada e tomou posse. Tudo como manda o figurino. Quem votou no outro candidato ficou decepcionado. É natural? Lógico. Em 1989 votei no Brizola no primeiro turno e o meu candidato ficou em terceiro lugar, quase num empate técnico com o Lula, que passou para o segundo turno. Fiquei frustrado, decepcionado. Eu tinha clareza de que a ida do Brizola ao segundo turno, seria concretamente uma chance, quase única num longo prazo, para o país retomar a linha das reformas de base interrompida pelo golpe militar (também civil).
 
Nem por isso extravasei a minha decepção com atitudes anti-democráticas e/ou com intenções de mal perdedor, querendo recomeçar o jogo. Fui para o segundo turno e com ressalvas votei no "Sapo Barbudo".
 
Desde a vitória da Dilma, tenho ouvido coisas como "é preciso alternância no poder, o PT já está há doze anos" - está porque assim a maioria do povo tem desejado através das urnas - Ora, vejam! O que é saudável não é a alternância no poder, mas a maioria do povo avalizar um projeto até o momento que decidir mudar. Leve o tempo que levar.
 
E não me venham com esse papo de país dividido entre norte e sul. Pode-se até inferir que São Paulo, Paraná e Santa Catarina foram contundentes na sua opção pelo PSDB e o neoliberalismo econômico. Mas, no Rio Grande do Sul, Dilma teve uma votação muito expressiva e não se esqueçam de que ela venceu em Minas Gerais e no Rio de Janeiro venceu com larga margem.
 
Depois vieram os pedidos de "volta ditadura", "intervenção militar", mais recentemente o papo passou para impeachment!
 
Claro que isso só pode ser brincadeira carnavalesca. Momo e seu reinado são capazes de criar fantasias que vão além de roupas, plumas, confetes e serpentinas. Existem as máscaras e com elas aparecem tendências espirituosas, mas as vezes desvirtuosas, pois o mascarado encarna a personalidade do personagem.
 
Parece que neste carnaval está cheio de máscaras de um ser estranho chamado Sr.Golpista.
 
E você, já escolheu?  Qual a sua máscara? Seja qual for, não nos esqueçamos, todos nós brasileiros, de nos desmascararmos na quarta-feira de cinzas.

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