segunda-feira, 13 de abril de 2015

A RESPOSTA ESTÁ NA HISTÓRIA

Você é do tipo que reconhece que existem explorados e exploradores, tanto entre pessoas quanto entre países? Ou você é do tipo que cumpre as suas tarefas diárias e não pensa nesse assunto, ou seja, entende que você está numa situação de normalidade na sociedade? Ou, ainda, você reconhece que a sociedade é constituída de classes, que algumas pessoas têm o tino empreendedor e por isso merecem estar no topo da pirâmide enquanto algumas são despreparadas, outras são tecnicamente melhores e outras de nível superior são talhadas para defender interesses empresariais e o mercado, com toda a razão, equilibra a remuneração média de cada segmento desses?
 
Há outras formas de pensar a questão, grosso modo listei três das mais presentes. Quem lê meu blog sabe que apenas ilustrei o mesmo assunto sob diversas formas. Já fiz isto várias vezes, pois o leitor se encontra em algum lugar ou próximo de algum lugar. O mais importante é que abre espaço para que as pessoas pensem no assunto e de minha parte cumpro com aquilo a que me proponho, também, que é publicar a(s) minha(s) opinião(ões).
 
Penso que a maneira de entender o assunto, está intimamente ligada a forma como as pessoas veem a História ( com H maiúsculo, mesmo ) ou sequer a percebem.
 
Infelizmente, durante 21 anos de ditadura direitista, as ciências humanas foram decapitadas no Brasil. Lembro-me como se fora ontem, na escola onde fiz o antigo primário (1a a 4a série) que a criançada tinha que saber de cor a data da descoberta do Brasil, quem descobrira o Brasil, quem era o rei de Portugal na ocasião, quem tinha sido o líder da Inconfidência etc.
 
Depois, nos anos de ginásio, hoje ensino fundamental até o nono ano, as coisas não ficaram muito diferentes, além do que em Estudos Sociais a gente aprendia que os EUA eram o exemplo de liberdade e a segurança para a liberdade de vários outros países, inclusive o Brasil, contra a ameaça do "comunismo".
Os estudos de História e Geografia eram tratados como noticiários de tablóide. Fatos, datas e personagens. Ou seja, curiosidades do tipo como eram as roupas em tal época ou a astúcia diplomática do Barão do Rio Branco. Ponto. Pensar que é bom, nada. Ligação entre causa, desenrolar e consequência, nada.
 
O estudo da História e de Estudos Sociais era assim para quem tinha vaga em escolas, pois o país era detentor de uma taxa vexatória de analfabetismo. Melhor ainda, pois neste caso nem tinham como estudar História.....
 
Quando digo que a forma como se entende o que é História e como se vê a História é determinante para responder a pergunta que fiz no primeiro parágrafo, estou querendo que você me acompanhe no seguinte raciocínio:
 
a) você pode entender a história como um conjunto de acontecimentos curiosos e ter interesse num ou noutro acontecimento. Neste caso, seria conveniente se perguntar qual a validade prática da História e
 
b) você pode entender a História, sua sequência de acontecimentos, não necessariamente lineares, como sendo consequência direta da Economia (e vice-versa). Neste caso, vemos sentido na existência da História como ciência, pois ela tem metodologia e se liga umbilicalmente a Economia.
 
O passo seguinte é compreender como funciona a Economia desde as sociedades mais primitivas, porém organizadas, até os dias atuais.
 
O caso da votação da MP da terceirização no Brasil é o exemplo mais atual que temos da ligação entre História e Economia. Os empresários estão contentes e uma parcela significativa de trabalhadores perderá direitos se a MP chegar a sua finalidade.
 
No caso acima, há a exploração do homem pelo homem. Há exploradores e explorados. É um caso concreto e contemporâneo e serve para ilustrar o nosso papo.
 
Entender a História do ponto de vista econômico e vice-versa, não se esgota num texto de 40 ou 50 linhas. Minha tarefa foi tentar estimular a curiosidade. Tentar mostrar que a história que muitos estudaram e estudam, serve apenas para se conhecer curiosidades de épocas. Por isso, vou me atrever a sugerir um livro que clareia a História sob outra perspectiva: História da Riqueza do Homem de autoria de Leo Huberman e atualmente publicado pela editora LTC.
 
O texto é amigável, sem complicações acadêmicas. O autor se esmerou em escrever um livro para leigos. A leitura flui e você não se cansa. Pense nisso e se depois quiser fazer comentários ou mesmo trocar ideias, o blog e meu email estão às ordens.

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