sexta-feira, 15 de maio de 2015

AJUSTE FISCAL INTERESSA A QUEM?

Caros leitores progressistas, esquerdistas, militantes de alguma causa social justa e simpatizantes da justiça social, seja de que forma essa simpatia se manifeste dentro de vós.
 
Penso que o Brasil de hoje está num beco; não diria sem saída, pois há sempre oportunidades onde há tremendas dificuldades. Na pior (ou melhor) das hipóteses explode-se o beco.
 
Nesta semana a Presidenta pediu aos Ministros um esforço para conterem 80 bilhões de reais de gastos nas suas pastas. O governo trabalha em outras frentes com a ideia fixa no chamado ajuste fiscal e encontra pela frente lideranças do PMDB que, oportunistas e demagogos, confundem o cenário com manobras de ética duvidosa.
 
Apesar das adversidades na Câmara e no Senado, repetirei a sentença de que o governo trabalha com a ideia fixa no ajuste fiscal. Ajuste fiscal é uma espécie de "aperto no cinto" das finanças de uma forma exagerada e sacrificante. É algo que não faz bem e o intuito é atender aos interesses internacionais e dos bancos, considerando que a sua estratégia é atingir uma determinada meta de superávit primário.
 
Dentro de uma casa seria como reduzir gastos com telefonemas, suspender alguma obra iniciada, manter o ar-condicionado desligado e chegar a níveis mais drásticos de contensão como diminuir a quantidade de pó de café para fazer a mesma quantidade normal de café, cortar aquele paio que dá sabor e aroma no feijão, consertar roupas poídas em vez de substituir por peças novas, substituir algumas carnes por vísceras etc.
 
Tanto numa residência como no governo, tal esforço significa chegar ao fim do ano e bradar: fizemos poupança!!! Agora, é só ir até o banco e em vez de transformar essa sobra em ativos, tanto o cidadão comum quanto o governo, entregam ao sistema financeiro todo o resultado do seu esforço para poupar sob forma de pagamento de juros.
 
Todos os jornalistas de economia, quanto os economistas de postura pasteurizada e homogeneizada, afirmam que o remédio é amargo, mas resolve. O país recupera credibilidade, as agências de rating ficam felizes, o FMI adota o exemplo do país para levar para outros cantos do mundo, o investidor estrangeiro aumenta a sua confiança e tende a investir em papéis brasileiros, o empresariado nacional melhora as suas expectativas, a inflação cai e todos passarão por anos felizes de crescimento paulatino do PIB.
Mentira, mentira e mentira!!! Fiz várias comparações entre um ajuste fiscal doméstico e o de um governo. Entretanto, o cidadão endividado senta com um representante do banco e negocia ou renegocia a sua dívida, inclusive obtendo redução de juros. É só ele negociar com firmeza e bem orientado.
 
Já o Estado brasileiro, o governo brasileiro e que fique claro não estou me limitando ao atual, pois somos subservientes, dependentes e puxa saco das potências mundiais desde muito, jamais teve coragem e dignidade de em nome do povo, que paga toda a conta, revisar, auditar e impor as suas condições para pagar o preço justo e correto pela dívida interna e pela externa.
 
Ao colocarmos na ponta do lápis toda sorte de exploração das nossas riquezas e o custo do sofrimento do povo brasileiro, sim a exploração de um povo deve ser convertida em valores, é possível até que em vez de devedores nos tornemos credores.
 
Todo o nosso sangue, desde o Brasil colônia, vem sendo derramado sob forma de exploração laborativa para dar boa vida aos países ricos. Melhor dizendo, aos países ladrões.
 
Então, contra a corrente, eu reafirmo que a política de juros altos e o ajuste fiscal feito com efeito sobre o povo, são equívocos de quem acredita que com isso teremos 2017 e 2018 em pleno crescimento para faturar mais uma eleição.
 
O modelo está esgotado e não há partidos ideológicos no Brasil. Portanto, em eleições majoritárias, salvo uma ou outra exceção, ninguém representa o povo, neste momento, no Brasil.
 
A conclusão é a de que precisamos de uma constituinte popular e democrática, que reveja o papel das instituições e crie uma nova instituição: o poder popular.

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