terça-feira, 1 de setembro de 2015

REFLEXÕES SOBRE O PIB BRASILEIRO

Que infelicidade, que tristeza, que tragédia é o sistema capitalista. Sabem porque? Por que países são estereotipados o tempo todo em função de índices e indicadores, que refletem o retorno do capital, em última instância, em vez de indicadores humanistas.

A matemática atual, que não sai da imprensa, é aquela sobre o tal PIB. Grosso modo é um indicador que mede a produção de riquezas dentro de um país.

Maquiavelicamente a coisa é colocada da seguinte maneira: PIB crescente é igual a país no rumo certo, PIB estável ou decrescente é igual a país com a economia desajustada. Vamos considerar os seguintes itens e cada um tira as suas conclusões:

1) Vamos trabalhar com um PIB na casa de 5,4 trilhões de reais. E vamos considerar o último levantamento do IBGE, que indica que somos 204 milhões de brasileiros. Se dividirmos o PIB pela população, encontramos R$ 26.470,58 por brasileiro anualmente.

2) Considerando o cálculo acima, fica fácil compreender, que temos um PIB bem razoável para dar conta das necessidades da nossa população. Uma família com 5 pessoas teria, por exemplo, uma renda anual aproximada de R$ 132.350,00.

3) O que nos leva a conclusão de que não é o crescimento do PIB que levará o país a uma melhora econômica, mas o seu modelo sistêmico que impede a distribuição mais equânime da renda.

4) Se considerarmos que temos cerca de 8 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza e cerca de 42 milhões recebendo o bolsa família, que é um valor insignificante e, ainda, que dos cerca de 25 milhões de brasileiros que trabalham com carteira assinada cerca de 20 milhões recebem menos de R$ 2.000,00 por mês e, finalmente, levando-se em consideração que cerca de 80% dos aposentados pelo INSS recebe menos de R$ 1.000,00 por mês, resta-nos indagar. Cadê o PIB? PIB, onde estás, mesmo em queda, que não te vemos?

5) A fatia gorda do PIB está no agronegócio privado, nos lucros privados e nos impostos, cuja grande parte é repassada ao sistema financeiro sob forma de pagamento de juros da dívida interna.

6) Dando nome aos bois, temos a grande agricultura e pecuária, as grandes e médias empresas nacionais e multinacionais e nos grandes lucros apresentados ano após ano pelos bancos, incluindo os bancos públicos.

7) Em tempos de queda de PIB, como estamos vivenciando, as empresas privadas se defendem demitindo trabalhadores e os bancos, além de demitirem, pressionam pelo ajuste fiscal para ter garantias de que continuarão a mamar juros altos, pagos pelos impostos que os brasileiros pagam.

8) Em outras palavras, o trabalhador, empregado ou não, fica sem defesa. Ele é o lado fraco do sistema.

9) A maioria dos que estão empregados recebem salários baixos, assim como os aposentados e os desempregados se tiverem sorte contam com alguma ajuda da família, e os que não têm para onde recorrer o que fazem? Deixo a resposta por sua conta, caro leitor.

10) Finalmente, chegamos a uma conclusão bem simples. Com o PIB crescente, os beneficiados são os donos do capital, que aumentam a acumulação, pois o sistema não possui mecanismos de distribuição de renda. Com o PIB decrescente, os beneficiados são os mesmos, pois possuem mecanismos de defesa. Então, por que crescer? Por que consumir recursos do planeta em ritmo crescente, se o ritmo atual poderia satisfazer a sociedade como um todo? Vamos refletir?




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